Uma vela a Deus e outra ao Diabo, eis o programa dos irmãos Monteiro
O plano dos vampiros siameses
Revista A. B. C.
Uma vela a Deus e outra ao Diabo, eis o programa dos irmãos Monteiro.
Circulam agora uns rumores patéticos sobre a vindoura mudança de rendeiro do feudo capixaba.
É forçoso mudar de tipo de quatro em quatro anos. A União tem o Espírito Santo incluído no número dos seus Estados e, só por isso, convém aparentar certa seriedade no que também ali se chama política, administração, governo...
O Sr. Jerônimo Monteiro adquiriu há muitos anos o privilégio da gestão feudal, com todas as benesses, que chegavam para si, sua parentela e os membros do seu devotado aulicismo. Quando findavam os seus quatro anos, punha um compadre de confiança à frente do governo por igual período e vinha para um dos assentos do Senado, onde já estava o mano mais velho, seu ex-tutor, Bernardino Monteiro. Durante a presidência bocejante do Sr. Wenceslau Brás, o Sr. Jerônimo, apesar de já haver conseguido até um condado honorífico da Santa Sé, não tinha a menor intenção de largar o feudo e, sendo época de mudar de administrador, resolveu substituir o seu obediente amigo coronel Marcondes pelo seu fiel irmão mais velho. Os espírito-santenses clamaram. A justa indignação repercutiu no Catete, onde o Sr. Wenceslau, ouvindo falar de oligarquia, sentiu o clássico horror da ignominiosa palavra.